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2012 - Livro Vermelho 2013

Eryngium koehneanum Urb. VU

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 01-06-2012

Criterio: D2

Avaliador: Pablo Viany Prieto

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Eryngium koehneanum está sujeito a menos de cinco situações de ameaça e aos efeito das ameaças incidentes sobre seus habitats campestres, como a expansão de atividades agropecuárias e silviculturais. Além disso, também é possível suspeitar que, caso o habitat da espécie continue a sofrer com as ameaças incidentes, E. koehneanum venha a ser transferida para uma categoria de maior risco em um futuro próximo. Medidas de conservação devem ser implementadas a fim de garantir a sobrevivência da espécie. Aparentemente, segundo informações, sua distribuição é mais abrangente, ocorrendo também nos Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, fato que implica maior EOO e AOO.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Eryngium koehneanum Urb.;

Família: Apiaceae

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Descrita em Fl. Bras. (Martius) 11(1): 323.

Distribuição

Ocorre nos Estados deMinas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina (Corrêa; Pirani, 2005); entre 600 e 1600 m de altitude (Tramujas, 2000; Meira Neto et al., 2007).

Ecologia

Erva perene, que habita solos rochosos ou campos alagados. Fértil de janeiro a agosto (Corrêa; Pirani, 2005).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Severidade high
Detalhes A Mata Atlântica já perdeu mais de 93% de sua área e menos de 100.000 km² de vegetação remanesce. Algumas áreas de endemismo, como Pernambuco, agora possuem menos de 5% de sua floresta original. Dez porcento da cobertura florestal remanescente foi perdida entre 1989 e 2000 apenas, apesar de investimentos consideráveis em vigilância e proteção. Antes cobrindo áreas enormes, as florestas remanescentes foram reduzidas a vários arquipélagos de fragmentos florestais muito pequenos, bastante separados entre si. As matas do nordeste já estavam em grande parte devastadas (criação de gado e exploração de madeira exportada para a Europa) no século XVI. As causas imediatas da perda de habitat: a sobrexplotação dos recursos florestais por populações humanas (madeira, frutos, lenha, caça) e a exploração da terra para uso humano (pastos, agricultura e silvicultura). Subsídios do governo brasileiro aceleraram a expansão da agricultura e estimularam a superprodução agrícola (açúcar, café e soja). A derrubada de florestas foi especialmente severa nas últimas três décadas; 11.650 km2 de florestas foram perdidos nos últimos 15 anos (284 km² por dia). Em adição à incessante perda de hábitat, as matas remanescentes continuam a ser degradadas pela extração de lenha, exploração madeireira ilegal, coleta de plantas e produtos vegetais e invasão por espécies exóticas (Tabarelli et al., 2005).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Severidade high
Detalhes A degradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espécies exóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade. A partir de um manejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta: em plantios convencionais de soja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25 ton/ha/ano. Aproximadamente 45.000 km2 do Cerrado correspondem a áreas abandonadas, onde a erosão pode ser tão elevada quanto a perda de 130 ton/ha/ano. O amplo uso de gramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial à biodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dos ecossistemas. Para a formação das pastagens, os cerrados são inicialmente limpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogon gayanus Kunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf, Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf e Melinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura). Metade das pastagens plantadas (cerca de 250.000 km2 - uma área equivalente ao Estado de São Paulo) está degradada e sustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzida cobertura de plantas, invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).

1.5 Invasive alien species (directly impacting habitat)
Severidade high
Detalhes Invasão por espécies exóticas

1.3.3 Wood
Severidade very high
Detalhes exploração madeireira ilegal

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: Citada como "Vulnerável" (VU) na Lista vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP, 2004).

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: Ocorre na Estação Ecológica de Santa Bárbara (EESB), Águas de Santa Bárbara - SP; Parque Estadual Agudo da Cutia, Antonina - PR

Referências

- M. E. MATHIAS; L. CONSTANCE; D. ARAUJO. Umbelliferae. 1972. 143-145 p.

- CORRÊA, I. P.; PIRANI, J. R. Eryngium (Apiaceae). In: WANDERLEY, M. G. L.; SHEPHERD, G. J.; MELHEN, T. S.; GIULIETTI, A. M. Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. São Paulo: FAPESP/Rima, p.17-26, 2005.

- MEIRA NETO, J. A. A.; MARTINS, F. R.; VALENTE, G. E. Composição florística e espectro biológico na Estação Ecológica de Santa Bárbara, estado de São Paulo, Brasil. Revista Árvore, v. 31, n. 5, p. 907-922, 2007.

- TRAMUJAS, A. P. A vegetação de campos de altitude (áreas de refúgio) no maciço Ibitiraquiri - Serra do Mar no estado do Paraná. mestrado. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2000.

- KLINK, C.A.; MACHADO, R.B. A conservação do Cerrado brasileiro., Megadiversidade, p.147-155, 2005.

- TABARELLI, M.; PINTO, L.P.; SILVA, J.M.C.; ET AL. Desafios e oportunidades para a conservação da biodiversidade na Mata Atlântica brasileira., Megadiversidade, p.132-138, 2005.

- SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE, SÃO PAULO. SMA-SP. RESOLUçãO SMA N. 48 DE 2004. Lista oficial das espécies da flora do Estado de São Paulo ameaçadas de extinção, Diário Oficial do Estado de São Paulo, São Paulo, SP, 2004.

Como citar

CNCFlora. Eryngium koehneanum in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Eryngium koehneanum>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 01/06/2012 - 21:15:49